sexta-feira, 31 de maio de 2013

É a luta de toda uma vida ir de encontro ao marasmo diretivo, mas que bom que existe lucidez para afastar de nós o tempo que parece infindo. Que esse seja apenas um exemplo de que toda luta vinga, e de que músicos e música devem ser respeitados e temidos. Ah! se aí em Sergipe fosse assim...

Tudo começou assim:   " Os problemas com a Orquestra Sinfônica do Recife (OSR) se agravam. Depois de enviarem na quarta-feira um documento pedindo a saída do maestro Osman Gioia do comando, os músicos viram uma apresentação, que ia acontecer no mesmo dia no Teatro de Santa Isabel, ser cancelada repentinamente, uma hora e meia antes do horário de subir ao palco.
Maestro Osman Gioia
Por meio do seu Facebook, o violinista Dadá Malheiros afirmou que o cancelamento se deu por determinação de Gioia. “Nem mesmo em 13 anos de sua permanência entre nós, (Gioia) defendeu o nosso tão necessário e urgente Plano de Cargos, Carreiras e Salários. Pelo contrário, sempre atrapalhou”, ainda critica o violinista.
A cobrança para a criação de um plano de cargos e carreiras, exigência antiga dos músicos que finalmente virou projeto enviado para a Câmara Municipal em fevereiro deste ano, ainda não foi votada. A insatisfação com as condições atuais de trabalho atingiram um novo nível nesta semana, quando foi entregue à Prefeitura do Recife e à Secretaria de Cultura um documento assinado por 49 dos 75 integrantes da orquestra exigindo a saída de Gioia."

Essa é de certo a parte que mais me anima. Não é difícil imaginar as dificuldades ancestrais que os que fazem arte, e nesse ponto figura entre os mais emblemáticos os músicos, enfrentam diariamente para conseguir espaço de reconhecimento e respeito. No Brasil e não diferente de muitos outros países, mesmo os mais ricos e "culturalmente" desenvolvidos, essa celeuma toda se arrasta e vai continuar assim sempre que os músicos decidirem não entender a força de seus gestos, de sua voz e de seus instrumentos. Já havia falado sobre reinvindicação antes neste espaço, era um porvir, um sinal de que existia uma faísca de sanidade e amor próprio. Naquele caso não foram bem sucedidos os músicos ainda que a vejo como vanguardista e promissora aí no nordeste, de modo que Fico feliz não pela demissão do maestro Osman Gioia, já que é também um fazedor de arte e importante maestro no cenário nacional e que tanto contribuiu para a  Orquestra Sinfônica do Recife (OSR). Mas fico exultante de perceber que ainda que de maneira vagarosa, os que são agentes diretos e principais dentro de uma orquestra, tenham começado a entender a possibilidade de mudança através da reinvindicação. Tanto o foi que essa história termina felizmente assim:

"Depois do abaixo-assinado pedido a retirada de Osman Gioia do cargo de regente da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR), a secretária de Cultura da gestão municipal, Leda Alves, aceitou nesta sexta (31/5) o pedido de demissão do maestro, feito através de carta. Segundo a secretaria de imprensa, Leda não vai se pronunciar sobre o caso até que o nome do novo regente seja definido, o que pode demorar, devido aos requerimentos específicos do cargo.A maioria dos músicos da orquestra havia assinado uma carta na quarta (29/5) que pedia a retirada de Gioia do comando da orquestra, pelo desgaste dos mais de 12 anos à frente do cargo. Os integrantes ainda pedem a provação do plano de cargos e carreiras para a OSR."

Fonte: www.diariodepernambuco.com.br

domingo, 26 de maio de 2013

Sim! Existe beleza num domingo frente à televisão ou se alguém tiver que arbitrar só poderá contar com os delírios de tudo que passou e já prescreveu.

Canal Arte 1
Descobrir na televisão algo que vá além da perspectiva rasa do entretenimento rápido, baixo e fácil é quase uma odisséia e talvez por isso mesmo eu me impaciente sempre quando fico frente ao aparelho televisor. Zapear é muito mais que uma inquietação imperativa, no meu caso, uma demonstração certa de que pouquíssima coisa (para além dos canais de filme) me interessa. Em recente conversa com uma das autoras do blog Violinos de salto descobri que o canal 101(arte 1 SKY) é dedicado exclusivamente e em tempo integral a tópicos sobre cultura em suas variadas manifestações. Prometi a mim que prestaria mais atenção a ele quando me deparo com uma incrível apresentação da Orquestra Filarmônica de Viena e solo de piano Chinês Lang Lang.  É uma pena que uma parcela mínima da população tenha acesso às redes fechadas de TV, de toda sorte, sigo acreditando por hora que um dia a poesia de fato vá conquistar a todos o direito ao pão como bem postulou Rosa Luxemburgo. Enquanto esse dia não vem, nos contentemos com as migalhas informativas e as impressões nem sempre tão exultantes desta gravata amarrotada pela falta de tempo.

O fato é que toda vez que vejo um concerto na televisão, eles me parecem surreais, quase impossíveis de ser digerido, tamanha seja sua qualidade. É como se meus ouvidos não estivessem educados a perceber as nuances intimistas de uma boa execução. Ao que suponho chamar de desespero espiritual. E não um desespero lacerante, e sim uma abertura para desejar o impossível. Desejar estar ali pertinho, de tê-los aqui comigo ou de poder ter assas e voar muito mais sempre que possível para esses espetáculos de uma vez a cada ano em nossas vidas. Sou afortunado e não reclamo o fato de poder viajar com freqüência e ver boas audições, de toda sorte gostaria que fosse muito mais constante e que a cada semana fossem ali do lado.

Orquestra Filarmônica de Viena
O canal 101 (disponível na SKY) é sem dúvida um horizonte para os que vem tão distantes a realidade da arte em suas vidas e uma proposta atraente aos que desejam conhecer (no caso musical) concertos não tão convencionais e melodias já batidas com leituras qualitativas. O concerto deste domingo 26 de maio por exemplo, foi uma mostra de quão confuso e intrigante pode ser esperar magnitude de uma execução, por levar em conta o currículo do grupo, e decepcionar-se ou de impressionar-se com um bis ao final do concerto como se ele por si só valesse a apresentação completa. Foi exatamente nesta ordem que contemplei o maestro Indiano Zubin Mehta reger de maneira esplendorosa o concerto nº 2 do Chopin com um solo alucinante do Lang Lang.
Lang Lang
Considerado pela crítica como um dos maiores expoente pianistas da atualidade e alçado pelo jornal americano The NY times como o mais espetacular artista clássico da atualidade, a performance violenta do chinês contribuiu em muito para arrancar aplausos da platéia entre um movimento e outro. E embora eu ache forçadamente desnecessária a caricatura na qual se envolve toda vez que toca em público, inegavelmente existe demanda de talento e prospecção em seus dedos em relação à obra do Chopin. Toda essa beleza ficou infinitamente pequena diante da lacerante execução da Polonaise em Lá que ecoou maior do que me parecera quando apreendido a primeira seqüência de notas, e de quando a platéia silenciou climaticamente para irromper no final de sua apresentação.

Contraste que impossibilita comparação entre as peças do programa, já que a 5ª do Bethowen tão esperada por mim, acabou não passando de um equivoco desmesurado e sem possibilidade de deleite. Esperei ansioso todo o vigor recorrente que exige o primeiro movimento desta sinfonia, antevendo a tensão necessária que faz com que ela seja emblematicamente uma dos maiores enigmas musicais de que se tem discussão, e não passou de um fardo arrastado e incompreensivamente fora do seu ritmo minimamente aceitável.
Zubin Mehta
Não empolgou e levou junto todo o encanto do segundo movimento voltando a parecer ter significado apenas do meio do terceiro movimento para o final do quarto. Ainda assim vale ressaltar a magnífica cumplicidade entre a regência explicativa e sem arroubou do Zubin Mehta e a generosidade com o qual entendeu o tempo de conduzir o brilhantismo do solista como alavanca para que fosse resplandecente a orquestra.  

terça-feira, 7 de maio de 2013

É sabido de todos que queria muito dizer que Acharam a Pétrouchka e ela estava morta. Seria injusto. De certo que a encontraram e ela estava agonizante: existia um sopro de vida. Ou de quando abstinência moral é crime hediondo.

Espero que o título acima dissipe qualquer dúvida que haja no sentido da escrita por vias políticas. Não é pessoal muito menos tendencioso o fato de pleitear com minha escrita que a gestão pública em Sergipe seja fiscalizada de perto por todos os que contribuem para que os investimentos sejam aplicados de maneira moral. Inúmeras vezes deixei claro o meu desgosto de ver que a arte em nossa terra seja ainda estritamente conservadora e elitista, ou que pior, as decisões importantes estejam sempre pautadas de maneira arbitrária. Falei consequentemente inúmeras vezes sobre a importância de fiscalizarmos de perto e tecermos as críticas: tantos as boas quantos as necessárias, como intento de que os que demandam poder possam perceber que existe observação e partam de nós os pleitos por qualidade.
Cena da montagem teatral do Ballet Pétrouchka
A finalidade maior deste blog (que começou apenas como um desejo pessoal e intransferível de escrever as sensações que emanavam das minhas percepções musicais) acabou por se tornar um importante veículo de discussão, de pauta sobre a cena orquestral em Sergipe. E me contento dizer que mesmo que a grande maioria dos que o lêem, que o compartilha e faz alarde quase sempre negativos o vejam como um estorvo, vejo nele e na dinâmica de acessos contínuos e crescentes uma resposta positiva ao fato de que inegavelmente este espaço que é também  coletivo (já que os leitores têm total liberdade opinativa) venha exercendo uma permanência séria e  efetiva no cenário cultural de Sergipe. Não importa se na perspectiva da crítica em si, que é importante e deve sempre existir como parâmetro de fiscalização, ou na perspectiva da divulgação comprometida com todos os grupos que fazem a música erudita em Sergipe. 

Todas essas coisas me levam de volta ao título deste post, ou ao que pretendo dizer, que ele é apenas reflexo da justiça com a qual me proponho dialogar em meu blog. Ainda que seja meu, e apenas a mim caiba hiperbolizar ou não minhas sensações. Se este blog nasceu foi muito em decorrência do episódio que envolvia a retirada da Pétrouchka do Programa no dia 09.08.2012 e sobre o meu comentário colérico sobre os absurdos tiranos com os quais eu vi aquele programa ser moldado. Fora uma noite desastrosa e imaginei sem dúvidas que ela iria voltar a ser pauta. Sabia para além de qualquer verdade que não ia ser bom por vários elementos e todos eles puramente técnicos ou éticos visto aqui. A própria orquestração dela exige instrumentos ou número de instrumentos por naipe que nossa (ORSSE) não compreende. E esse fato demanda muitas outras questões de ordem financeira que me incomodam, como o fato de ter que gastar além da conta o orçamento público com a contratação de pessoal e estrutura sendo que essa economia poderia ser feita de maneira clara com a substituição dessa obra por uma menos onerosa aos nossos cofres. E além, contar com a real possibilidade de fazer música com o grupo de que dispomos. É isso ou chegar a conclusão de que de fato não somos suficientemente completos para soarmos como orquestra. E então fica a questão, até que ponto seguir essa linha de pensamento é ser conveniente com um ou outro grupo? Se estamos atrasados em termos de postura a tal ponto de não sustentarmos nossas próprias percepções é justamente por que nos relacionamos de maneira passiva com os mandos e desmandos e nos deixamos diminuir com o tipo de pensamento autocrático que nos aprisiona a imaginar que estamos na contra-mão do financiamento cultural. Para mim, financiar a cultura deve ser ante de tudo um dever ético e não uma concessão lastimosa em detrimento de pequenos grupos. 

A verdade é que a (ORSSE) tal qual a temos hoje se sustenta de maneira insipiente e ardilosa sobre propagandas consideravelmente enganosas sobre a qualidade do grupo orquestral. Não somos dos principais grupos do norte e Nordeste como se apregoa tanto, mas poderíamos ser se não nos colocássemos de maneira passiva sobre o fato de verificar que de fato, é necessária uma reforma administrativa e artística de nosso grupo. Contar com obras que favorecessem o potencial de nosso grupo tal qual ele é é um bom começo. Ou não é fato que é perceptível que existem bons músicos na orquestra, que existe uma remuneração vergonhosa para quem se dedica diariamente a desenvolver sua arte com primor, e que estes tantos são sempre postos a prova de maneira constrangedora ao executar coisas que in natura não é possível sem muita depuração e tempo. Só atrairemos atenção para nossa real qualidade quando formos verdadeiros e investimos na orquestra com humanidade (que não dispensa disciplina e rigor) sem precisarmos esperdiçar tanto dinheiro.

Pétrouchka Partitura
A Pétrouchka é só um exemplo de que é possível fazer música boa e com qualidade em Sergipe, é preciso apenas tempo e respeito com o conjunto. Não super valorizar o currículo de um em detrimento do prazer de trabalho da maioria. Priorizar o tempo de depuração de uma obra em ensaios até que ela seja suficiente, tenha brilho. Não tocar pela obrigação de tocar. Porque tocar de maneira disforme atavia as possibilidade de se mostrar com respeito. Quando digo isso é porque não desgostei de todo do ballet. Mas ainda assim, vejo como afronta expor músicos e plateia (cada vez menores) ao desabor de fingir ser dor a dor que deveras sente, como cantou o Fernando Pessoa ao falar que o poeta é antes de tudo um fingidor.  E ainda que o tenha visto ser pontualmente ingrato no primeiro momento de existência, onde todos os naipes se embolaram em confusão e desde a primeira sequência melódica a insegurança real fazia com que a peça em nada se apresentasse circense como deveria ser, perceber que nem mesmo os enxertos propostos nos naipes fizeram maior o som confuso no pequeno e desaconselhável palco do Teatro Atheneu, a vi crescer de maneira interessante e congruentemente envolvente do meio para o fim. Sobre tudo com a limpeza dos metais que andavam meio enferrujados e com as cordas que pareciam tocar ainda sobre o efeito reverberante dos aplausos do Viotti. E foi reflexivo para além de ter gostado ou não estar sentado diante daquele grupo os escutando vencer aos poucos a timidez, e me alegro estar enganado quando imaginei sair de casa direto para o funeral do pobre palhaço Pétrouchka, mas conseguir vê-lo corado na cama de hospital. Porque enquanto respirar tudo quanto tenha vida, dali se pode extrair algum sumo. 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Quem saberá contar o enredo Sem alterar o tom, o teor e o desfecho: Sem errar, nem mudar uma vírgula? Ou Quem me dirá não o que desejo nem o que sei Mas aquilo de que preciso Sem botar nem tirar uma sílaba?

Ouvi uma vez e com assombro um amigo reproduzir o conceito winkpediano do que seja música  (muito mais pela fonte que pelo conceito), e embora eu tenha achado curioso, no fundo deva ser mesmo isso: a combinação entre som e silêncio. Nesse quesito a noite da última sexta-feira 03.05.2013 foi esplendorosa para o violinista e Spalla da (ORSSE) Márcio Rodrigues. Foi sem dúvidas resposta qualitativa em relação às suas últimas apresentações, sobre tudo quando tocou sem paixão o Por una cabeza visto aqui. Consegui ver algo que raramente presenciamos nos concertos em Sergipe: silêncio. E não silêncio por vias tediosas, mas aquele cuja contemplação se açoita em cada respiração atenta como forma de capturar alguma nesga de entendimento. E nem de longe era preciso já ter escutado o forte concerto nº 22 para violino e orquestra do compositor italiano Giovanni Viotti, para sagrar a noite como sendo peculiarmente atípica  Como sendo exclusivamente a noite do Spalla e suas cordas. E justamente por isso, para não colocar essa apresentação tão primorosa na vala comum a qual o Maestro Guilherme Mannis enterrou a segunda parte do concerto, e também para não diminuir em nada a felicidade de ter ouvido música boa depois de tanto tempo já que havia afirmado que esse seria o programa que de certo levaria a Orquestra do céu ao inferno, dialogarei apenas com aquilo que me trás à memória esperança.

Ainda que eu entenda ser esse concerto tecnicamente bem executável, e tangível a qualquer precipitação de complexidade, sem dúvida esse fato tornou o concerto atraente em medidas. Pelo conjunto sobre maneira. Que delinearam ótimas respostas aos apelos cênicos que emanavam do solista. É por si mesmo a solução para que a nossa orquestra encare de frente e com seriedade o papel que pauta encenar: qualidade, responsabilidade e consciência de suas capacidades técnicas. A mais de três anos como principal violinista da Sinfônica de Sergipe, Rodrigues com certeza já pode ter-se testado em várias performances solísticas, mas sem resignação entendo essa como a mais forte. A mais intuitivamente verdadeira, ainda que aquém daquilo que sabemos bem, esse grande violinista pode dar. E neste Viotti pude perceber para além dos bastidores, a sua potencial liderança. Conseguiu alçar junto com o Viotti, mas inegavelmente usurpando forças que lhe eram concedidas diretamente de seus companheiros músicos. O que me leva a constatar com pesar algo que já digo entre meus amigos mais atentos: O tempo é cruel, o tempo acomoda qualquer perspectiva e imobiliza os instintos de perceber os abismos. Espero com isso que haja tempo que Márcio Rodrigues, para além de qualquer predileção, possa entender o tempo essencial para cada ruptura. Que veja nas fênix um movimento de transição e trânsito.

Foi realmente grandioso e salvador o Concerto. Foi empolgante como não imaginei que seria (ainda que eu esperasse pela ordem natural das coisas) que o concerto de Viotti fosse vir na segunda parte do concerto, para que pudéssemos ter a oportunidade de um Bis. Para que no final das contas a sensação da grandiosidade de sua execução ficasse mais presente do que a decepção de ouvir (para além de qualquer obviedade) uma Pétrouchka disforme. O silêncio a que me referia foi para mim catalizador para entender que algo novo vem acontecendo. A música finalmente tem começado a educar por si só a percepção   musical coletiva mesmo entre os mais leigos. Parece que os sons conseguiram ultrapassar o palco e dialogar com a terceira parede, fazê-los calar para que interiormente pudessem escutar a alma que emana da arte. E foi assim em muitos momentos grandiosos do concerto, onde pude contemplar a dança violar o espirito denso de um homem cujas feições são tão rígidas mas que o coração pulsa  à distância. E sua dança, longe de afetação, conseguia envolver todo seu naipe, toda a orquestra, que parecia animosamente compreensiva em relação a lei de causa e efeito. Para o que cada golpe violento e com desejo de existir, estimulasse todo o conjunto a soar uníssono e com uma identidade que só se vê raras vezes. Os apreciei com imenso afã executar brilhantes o lirismo que existe o Viotti quase sempre tão operístico.