quinta-feira, 26 de março de 2015

2014 quase não existiu para a música sinfônica em Sergipe, mas há sempre que se ponderar um novo ciclo. Então porque devo sair de casa e gastar meu tempo ouvindo um programa quase velho conhecido hoje?

1. 2014 foi atípico: Concertos previstos e cancelados aos montes. Série Igrejas, que não vingou. Músicos de gabarito que deixaram a orquestra rumo a melhores possibilidades nos deixando lacunas repensáveis. Demissão e pânico dos músicos numa configuração picaresca que levou furor à muitas categorias para além da orquestra e que no fundo, por sorte, era apenas alarde e o mais absurdo dos sumiços do ano, o do violoncelista juvenil que comoveu e mobilizou toda a sociedade sergipana, incluindo a mim que senti pesar pelo ocorrido e uma semana depois me senti ridículo ao entender que tudo não passava de uma orquestração pessoal e desmedida envolvendo mentiras e dinheiro. 

1.1   E embora tudo isso, fico feliz em lembrar momentos incríveis do grupo como quando homenagearam à beira do túmulo a cantora Clemilda, Ou aquele Concerto singular com a cantora sergipana  Patricia Polyne. E inúmeros outros como o Preludio a tarde de um fauno que ainda me faz amar o som da oboé, o repertório Disney que lotou por duas noites seguidas o teatro Atheneu, e sem dúvidas àquelas que juntas foram a maior preciosidade do ano de 2014: A fantasia sobre o tema da ópera Carmen do Frank Proto numa interpretação lasciva do contrabaixista Jair Maciel, assim como a noite dedicada aos Beatles com orquestração impar do James Bertisch que fez valer toda a temporada. 

2.  Mas é sempre bom quando iniciamos um novo ano e com ele vem o desejo de tudo novo de novo! 


3.  A regência hoje é por conta do Maestro Daniel Nery!

3.1 É o primeiro de uma série que começou bem terno e vibrante no parque dos cajueiros no aniversário da cidade. 

4.   Aliás aproveito para deixar registrado aqui (depois de um hiato enorme na qual mergulhei minha preguiça em escrever qualquer coisa) que o Concerto de aniversário de Aracaju foi sem dúvida muito envolvente, sobre maneira com as Danças do Brahms e o ponteio do Guerra-peixe que poderemos escutar outra vez hoje. Ainda que não relevante seja o que penso já que sou da ordem dos Cogumelos, me pareceu um concerto conciliatório e inteligente. Posto que era a fim de entreter uma plateia não muito conhecedora desse nosso gênero musical. 

5.   Começar o ano com um Guerra Peixe deve ser bom presságio, sobre tudo quando a obra em questão não é o Mourão. 

5.1 E mais ainda por esperar a Primavera do Vivaldi desta vez sob a presença de um violino adequado à obra exigente como forma de que seja do tamanho do talento do solista Márcio Rodrigues.