quinta-feira, 27 de junho de 2013

As aparências enganam assim como também o amor e o ódio se emanam quase sempre. Ou de quando não entender que o amor à música é o único partido ofende!

Em conversa longa com Thirza Costa, uma das autoras do blog Violinos de salto e colaboradora frequente deste espaço, fui levado a  ponderar que muitas vezes ( a maioria delas, a bem da verdade) acabo sendo efetivamente opositivo ao maestro Guilher Mannis e suas escolhas como diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE). Em partes as colocações de minha amiga blogueira são fundamentadas, o que segundo ela a leva a entender porque tenho mais desafetos que admiradores. Se escrevo este post é também como agradecimento pela preocupação que me dispensa e por entender que existirá sempre boas evoluções ideológicas nas oposições.

Ponto esse que tentei alertá-la para sua importância. A oposição de ideias. Já havia falado aqui em outra oportunidade que o Maestro Guilherme Mannis tinha abarcado para a nossa orquestra uma qualidade estética inigualável, e isso é motivo de orgulho, motivo de projeção para idealizações que podem se concretizar para além da forma. Nunca duvidei de seu potencial musical, assim como nunca serei injusto ao reconhecer quando um programa for fabuloso, e o faço sempre que necessário. Acho até que em certo ponto acabo dando maior visibilidade do que lhe é necessário. A questão central não é e nem será nem de longe se gosto ou desgosto. Não o conheço para além do que se apresenta e sobre essa perspectiva que escrevo sempre.


Isso tudo para apaziguar os corações dilacerados daqueles que leram a entrevista que este blog concedeu ao site Cultura Interativa no inicio desta semana e pode ser lida aqui. Ao falar sobre minha perspectiva de entender a política musical em Sergipe, não pude fazê-lo sem passear por todos os grupos que se apresentam como alternativa musical em Sergipe. Sem colocar a devida responsabilidade pelos fiascos em que se deve colocar não avançamos, e por isso a relação Estado- Maestro. Afinal, quando se assume o compromisso administrativo de estar a frente de um produto sergipano, há que ponderar que naquele setor, o maestro é o representante direto do estado. Para aqueles que entendem com dificuldades o que escrevo, ou prefere se eximir a uma analise menos apaixonada e mais investigativa, explico claramente que a associação é inevitável e não maledicente, que não culpo o maestro, e sim que a culpa é todinha da secretária de cultura (SECULT) . Todinha.

domingo, 23 de junho de 2013

No momento que eu acordo, antes de fazer minha maquiagem eu faço uma pequena prece para você, ou de quando isso nem de longe é uma confissão homessexual, mas desejo de que continues a escrever com analogias gastronômicas!

E não porque eu seja um glutão, não preciso descer aqui a miudezas de detalhes para ressaltar que minha fome pendeu para outras naturezas. O fato é que um hiato separa essa matéria da última e não é justo comigo mesmo que sempre cobro dinamismo e regularidade em blogs amigos. O fato é que retirar-se é um exercício reflexivo de por onde andar. Lamento o fato de não estar em Aracaju por esse tempo junino. Não é difícil imaginar que os concertos alusivos a nossa principal festa tenham sido memoráveis. Os ventos sopraram detalhes eufóricos de novos tempo musicais em Sergipe e disso eu desacredito embora aproveite o espaço para parabenizar a direção artística da Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE) por ter oportunizado esses dois espaços, e embora eu lamente de verdade que o Maestro Mannis não tenha sido suficiente inteligente de perceber que reger o Cataluzes e o Brasileiríssimo seria em si um bom trunfo para mudar junto ao público, seu apático senso populista. 

O que me traz aqui a bem da verdade é justamente falar das surpresas que nos acomete os dias frios. Sim, temperaturas baixas aqui embaixo do vulcão Misti, e pouca paciência para zapear canais televisivos ou ficar perambulando na internet. Qual foi minha surpresa ao ler no blog Violinos de salto  uma matéria pra lá de interessante sobre eruditismo clássico que sufoca o erudito popular e me peguei por horas a fio relendo o texto para tentar sublevar meu entendimento acerca da ponte que genialmente as autoras do blog fizeram com a educação gastronômica para turistas. Associando o fato de que é preciso ir do mais simples ao mais complexo na seleção de repertório orquestral, assim como um turista que se encontra em outro sitio deva começar a comer algo de fácil degustação para apenas depois ir sendo apresentado aos sabores típicos regionais (que podem ser um pouco mais pesados e incompreensíveis a principio). 

Encantadora a forma fácil com que a matéria desenha esse paralelo gastronômico musical afim de mediar um debate tão inerente entre as camadas acadêmicas  e tão velado entre os que passeiam na corda bamba de fazer valer o que seja amplamente coletivo. E esse é daqueles posts que não se alongam, mais que desvenda os olhos da cegueira. Aplaudo a iniciativa de escrever um blog sobre música de maneira tão leve e contemplativa. Em mesma proporção louvo o fato de que estes saltos em questão estejam nessa luta de difundir ideias e noticias musicais a já quatro anos aqui em nosso estado de Sergipe.