terça-feira, 29 de julho de 2014

Dias chuvosos servem para que as melodias cheguem como presságio!

Mas bem que esse post poderia se chamar também Mistério. Fazia tempo e eu não escutava a trilha original do filme Central do Brasil composta em 1998 por Antônio Pinto (Filho do cartunista Ziraldo e também irmão do Menino Maluquinho) em parceria com o Violoncelista Jaques Morelembaum. Hoje a tarde choveu e atinei quase que de impulso sobre esta melodia que embolou todas as minhas memórias.



É bem certo que ao escrever agora o faço sem a perspectiva de ir pelo caminho da análise da composição, até porque já usei este espaço para falar do Antônio Pinto. O que me vem por hora é a lembrança do sentimento de medo que essa música causava não apenas no Josué (personagem central do filme vivido por Vinícius de Oliveira) mas também em mim quando o vi pela primeira vez e torci para que aquela fazenda em meio a aridez e a selvageria da pobreza no sertão de Pernambuco fosse realmente o destino final da busca de Dora, papel de Fernanda Montenegro, em busca do pai do menino. Lembro também desejo, com o qual Josué abre a cancela e sai em disparada até a casa central. O olhar desfalecido quando olha por primeira vez aqueles que serão supostamente sua família.

 E me pergunto se não é mesmo um caminho delicioso esse o de rememorar épocas através das imagens que os sons nos possibilita. Enquanto as respostas não vem, a chuva que cai lá fora chega mesmo como presságio. Mas desta vez não igual ao que chegou ao Josué e o desapontou. Por sorte, ou por hora.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Entre o cinema e a música espanhola de Alberto Iglesias reside cores de Almodóvar!

Alberto Iglesias
Foi justo através da análise desse casamento entre o compositor espanhol Alberto Iglesias e do também espanhol e célebre cineasta Pedro Almodóvar que retirei timidamente o primeiro fôlego por escrever algo sobre duas de minhas maiores paixões. O cinema e a música. Era um aficionado pelas narrativas fílmicas espanhola de diretores intrigantes e existencialistas como o Eloy de la Iglesia, Julio Medem e também o Almodóvar de onde justo me apareceu pela primeira vez a intrigante relação entre o cinema e a música do Iglesias. 

Assistir ao filme Todo sobre mi madre foi a derradeira possibilidade sobre buscar conhecer mais desse grandioso talento musical que despontava como expoente das trilhas sonoras num cenário quase sempre dominado por Jhon Williams e Enio Morricone. Da curiosidade ao arrebatamento foi só questão de escutá-lo junto a outros diretores e histórias imortalizadas em grandes filmes como Os amantes do círculo polar do diretor Julio Medem que sobre Alberto em entrevista disse que grande parte da magia de seus filmes se devem às suas trilhas. E parece mesmo unanimidade entre os críticos que as canções do Iglesias são como personagens que ganham uma linguagem independente dentro dos filmes, como sendo a própria linguagem e entendimento.

Sobre esse fascínio que me tomou na primeira metade de 2008 compartilhei um texto bruto e ingenuo no meu velho e esquecido blog soldadinho de chumbo e hoje, seis anos depois decidi revisitá-lo a fim de encontrar aspectos de quando vi o filme do Almodóvar pela primeira vez. De modo que como algumas leituras haviam caducado, reeditei o texto que pode ser lido na íntegra em um espaço que venho colaborando com o site Violino vermelho desde o primeiro semestre deste ano.