terça-feira, 8 de abril de 2014

De cuando hay mucho más de Brasil en Medardo Casaibanda e de Ecuador en Ion bressan de lo que se pueda decirlo! O también de cuando soy loco por ti America, soy loco por ti de amores: Tenga como colores La espuma blanca De Latinoamérica y el cielo como bandera...

A última sexta-feira dia 4 de abril foi sem dúvidas uma noite memorável para a Orquestra Sinfônica da Universiade Federal de Sergipe (OSUFS) que recebeu para uma noite de concerto na igreja Católica do São José, na cidade de Aracaju, o maestro Equatoriano Medardo Casaibanda. Fazia tempo e a OSUFS não se mostrava. Ao menos não como imagino que deva ser. Sozinha e única como fim em si mesmo. Os concertos últimos eram todos uma emaranhado de tantas orquestras funcionando juntas e confesso isso me fazia não ter tanto ânimo em ir visitá-la.

Medardo Casaibanda
Ânimo esse que se restabeleceu ao recebermos em nossa cidade um maestro que não veio apenas reger e sim mostrar quão diverso e qualitativo é o nosso cone sul aqui na América Latina. E por minutos que ecoam cada vez que lembro bonitas passagens daquela noite, veio restabelecer o elo que existe entre o fazer musical e o ser músico. É inegável a injeção que sua presença trouxe ao conjunto que ensaiou e se apresentou de maneira ardorosa e empenhada como nem sempre o é.

Orquestra Nacional do Teatro Cláudio Santoro (OSTNCS)
E se o público presente não era tão farto como o foi no teatro Pedro Calmon em Brasilia quando o mesmo Casaibanda regeu o Concerto n º 3 para Piano e Orquestra em Dó menor , op. 37 de Beethoven, a regência leve e comprometida em extrair ao máximo tudo quanto foi desenhado nos ensaios entre coro e orquestra usurpou qualquer declive e deu ao público presente um concerto ideal. Satisfatório e didaticamente comprometido com a formação de uma plateia mais atenta às várias possibilidades que uma orquestra tem ao executar obras sinfônicas e de como se portar diante dela em execução. O concerto neste ponto foi o que de mais interessante me veio já que pude ouvir desde Tchaikovsky com a Suíte Quebra nozes numa dinâmica de cadência não tão óbvia como de costume e que muito me impressionou pela brincadeira que fez dela cadenciada e até circense principalmente quando o foco era a Valsa das Flores, até mesmo o Réquiem de Mozart ou o tão conhecido Can Can de Offenbach. Todas tão vibrantes quanto o meu desejo de que o concerto representasse muito além do que mais um dia isolado para metade da própria orquestra que desacredita a existência de boas possibilidades por parte de seu conjunto e que bem entendo, pode realmente ser menos passiva e se mostrar muito mais séria do que é. Menos preguiçosa do que vejo quase sempre. E embora eu entenda o caráter acadêmico de estruturação da OSUFS e os tantos percalços pelos quais ela se lançou até saltar do papel à realidade como esforço do Maestro Ion Bressan e ser mais um espaço real de oportunização da prática orquestral para muitos jovens universitários, vejo também do outro lado da moeda uma bagunça estética constante e uma desenfreada falta de bon senso educativo. Espero, a falta de educação dos músicos (os sopros mais que tudo) e também espantosamente o coro reflitam sobre todas as vezes em que o Maestro Medardo tenha pedido silêncio ou falado sobre a importância dele para que um conjunto possa se entender como um trabalho coletivo, e que essa reflexão não leve à constatação de que se a roupa suja se lava em casa, que o maestro Ion  (Regente e diretor artístico da Orquestra) os ensine a lavar com sabão que faça menos espuma: assim como no salto ornamental, que quanto menos água espirrar, melhor desenvoltura do candidato).

Mas para além de qualquer irritação aparente, dessas que saltam da observação falaciosa de um Jonas Urubu comprometido em levar a discórdia e o fel em forma de escrita, o concerto, esse o mais importante para todos que se dispuseram a vê-lo, muito me alegrou dentro da dinâmica simples de alcançar o alvo e se mostrar como o inicio de uma temporada que pode ser muito produtiva, e assim desejo. Se era proposital ou não, conseguiu ao menos mostrar que sim, ainda que com tão poucos recursos é possível ser vistosa e plural.
Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Sergipe (OSUFS)
Que a vinda de um Maestro equatoriano tenha mostrado a tanta gente desatenta que nós aqui no Brasil vamos sempre na contramão artística ao nos aproximarmos do público como se fosse Europa e esquecemos que a latinidade, a simplicidade não menos rica e comprometida com o esmero dos povos latinos dialoga muito mais com nós mesmo do que possamos imaginar, assim como ouvir a execução de uma dança tipicamente equatoriana, com todos os sons, sabores e cores que se materializavam fácil para se transformar no nosso samba tão bem dançado sem os exageros de fazer com que o estrado fosse também instrumento na Aquarela do Brasil (do brasileiro Ary Barroso) tão docemente orquestrada pelo maestro Bressan.

2 comentários:

  1. Parabems, ter um maestro equatoriano em aracaju,

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  2. Sim, também lamento o fato de termos tido pouco público. Para além disso, a musicalidade da OSUFS me pareceu ter sido muito bem extraída pelo maestro Medardo.

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