terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Sim, justo por ter sido aprovado no DELE resolvi terminar esse texto esquecido nos meus rascunhos. Escrevo como quem samba de felicidade por não ter perdido quase 500 reais da inscrição e sabendo que a assinatura nesse certificado vai pra gaveta já já e sequer representará a felicidade de agora. Ou de quando se nada for útil no texto vá até o fim assim mesmo, escute aquele Piazzolla maroto e feliz como se fosse o Pharrell Williams e deixe um coments bacana.

Outro dia numa roda de amigos me perguntaram o motivo do meu interesse pelo idioma Castellano, não titubeei ao afirmar que devia-se por questões culturais, de apropriação de algo com maior veracidade. Quando eu tinha 16 ou 17 e dava os primeiros passos no idioma, imaginava que seria incrível ler "Cem anos de solidão" do García Márquez na língua materna do autor colombiano. Não estava de todo equivocado e por isso minha jornada por ler o Hugo em  Francês o Dante em Italiano ou recentemente aquele box incrível da saga Harry Potter que presenteou-me meu irmão de quando seu intercâmbio nos Estados Unidos. Hoje tudo isso continua a fazer sentido mas ultrapassa a questão literária.

As possibilidades musicais para além da prática de um instrumento pode e deve ser ampliada através do domínio de uma língua estrangeira. Não são poucos os exemplos de amigos ou desconhecidos nos jornais que são mostrados conquistando outros palcos pelo mundo afora. Tudo isso, passa antes, por uma bateria de meses, semestres ou até mesmo anos de estudo nas universidades, conservatórios e academias de música em países de tradição (ou não) na música. É certo que ninguém em absoluto é incapaz de lançar-se rumo ao desconhecido sem dominar minimamente a língua daquele local, mas que sabê-lo facilitará nossa vida e abrirá caminhos menos tortuosos em termos de comunicação e adaptação, isso sim. 

Não é preciso desejar estudar fora pra enxergar a importância de um outro idioma, nesta perspectiva, a universalidade do inglês é fundamental e isso faz-me recordar um Masterclass que participei (como observador) há uns três anos atrás e de como era vexatório o desconforto dos professores  diante da total incompreensão por parte dos presentes. Não havia comunicação e com isso, tempo e conhecimento quase esperdiçados. Não, não é obrigação de ninguém adequar-se, ou é: depende dos objetivos a seguir, quase sempre na rotina de músicos que se prezam (porque tem muito "profissional" que não) ir a congressos, festivais, circuitos de música e afins. Não há como desprezar a importância de um outro idioma que conecte você ao mundo de possibilidades e contatos, sejam profissionais ou não. Repensar isto certamente te fará comprar com mais facilidades aquelas cordas em site gringo, ver aquela entrevista marota com o seu ídolo na música, viajar o mundo em busca de melhor entendimento e inserção no seu universo, isso tudo sem precisar sair de casa, ao alcance do teclado e do monitor para digerir a internet. 

Por ora indico o Oblivion Happy do quarteto de Berlim e deixo pra outro dia o segundo exemplo que abordaria, de quando uma amiga violinista recebeu um convite sério de ir passar uma temporada em terras andinas tocando com uma orquestra expressiva e não moveu uma palha sequer pra que fosse realidade esse intercâmbio bacana!

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3 comentários:

  1. "A natureza sintática da realidade, o verdadeiro segredo da magia, é que o mundo é feito de palavras. E se você conhece as palavras de que o mundo é feito, você pode fazer com ele o que desejar."
    - Terence McKenna

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  2. Sim, saber idiomas (sim, no plural mesmo) é enriquecedor e libertador. Como ainda (ainda) não tive a oportunidade de viajar para fazer cursos e outras coisitas mais que, infelizmente, em minha cidade de origem, a saber, Aracaju-SE, encontram-se distantes (espero estar errada) de acontecer, a internet é um mundo de conhecimento e para tal, faz-se necessário tal bagagem. Além do que, quando eu poderia ter acesso a um masterclass com o próprio Pablo Casals se não pelo lindo e maravilhoso canal de vídeos da nossa linda net? Ou fazer cursos em universidades como Berklee, Yale e por aí vai... Tem prazer maior em ver um live com um dos seus atores mais queridos e tipo, "no subtitles, for sure" e entender? Nossa, nossa... Muito bom... Convido a todos ter esse prazer em aprender um novo idioma; é abrir a mente para outras formas de pensamento, visto que a linguagem está envolta em toda uma lógica de como ver o mundo, ou você vai me dizer que a estrutura das palavras em inglês, alemão ,espanhol, francês e português não indica nada? Já escrevi demais, por hora, parabéns, Jonas!!! e vai link de uma micro entrevista com Piazzolla sobre o bandoneon.

    https://www.youtube.com/watch?v=OL_yb0vFilQ

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  3. Ainda é estranho de um jeito meio bruto a transição do peso do oblivion para "leveza" da dinâmica do happy. Estou curioso em detalhes do desperdício de oportunidade da criatura aí.

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