quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Piano + Cello = Presgrave Cesetti. Ou de quando a Ordem dos fatores não altera o produto.

Cesetti e Presgrave
Só posso começar dizendo que apesar da pouca plateia, da noite com clima irregular e a atmosfera hostil das horas e dos olhares, ela foi sem sombra de dúvidas muito especial. Intimista, suave e tão breve como um sopro. Podiamos escutar aquele duo de piano e Violoncelo por mais algumas eternidades. Inclusive a bem da proposta de termos em nosso palco do Teatro Tobias Barreto algo tangente à tão somente concertos sinfônicos. Bravo espetáculo e tão branco como a Bruma.

A apresentação que correu duas importantes cidades nordestinas: Natal e Salvador, antes de chegar em Aracaju, trouxe na bagagem um pouco mais sobre a tão desconhecida e rica obra músical brasileira. Ainda que influenciada em muito pelos principais salões europeus, o que é claramente compreensível e também verificado no programa que trás uma Sonata do Gabriel Fauré, as obras tocavam muito de nossas principais características com movimentos que passeavam muito sobre movimentos Allegros.  

Intitulado "O Rio de Janeiro da Belle Époque" o repertório contou com uma Serenata do Glauco Velásquez e ainda uma instigante e tenue Fantasia para Violoncelo e Piano. Uma Elegia ( para que brilhasse o piano e o pianista pincelando tão maduro as teclas, tateando com presteza toda a extensão do piano numa calma transparente) do Henrique Oswald. E por fim três impressionates movimentos da Segunda Sonata para Violoncelo e Piano, op. 117 do Fauré. Obra essa que pode explorar muito mais da atenção dos que ali ouviam as melodias e representa tão bem o espirito claro, livre e tão oponente aos oratórios dramáticos (cultivado por muitos franceses neste período moderno). Tão bem explanados pelo violoncelista ao contrapor as influências coloniais da Belle Époque e de um Brasil que de alguma forma passa a se desprender do olhar para fora. 


2 comentários:

  1. é o Marcelo de Jesus na foto; e não o Cesetti! apesar que... é, pensando bem, eles não se parecem nem um pouco! hahaha

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  2. Hurum, vide o Título: [...] Ou de quando a ordem dos fatores não aletra o produto.

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