quarta-feira, 24 de outubro de 2012

E se alguém plagiar o Hino de Sergipe?

Bandeira do Estado de Sergipe
Abri o jornal Cinforme desta semana e me deparei com uma matéria que expunha as contradições e tantas afirmações de historiadores e "musicólogos" no que tange a autenticidade do Hino Sergipano. Há uma banda grande de desocupados que insistem em afirmar que a melodia do Hino do Frei José de Santa Cecília é um plágio sobre a melodia da ópera L' Italiana in Algeri do Compositor Italiano Giácomo Rossini. E sim, para quem já escutou as duas melodias, existe nitidamente traços da italiana sobre a sergipana, ao que bem explica a professora e presidente da Sociedade filarmônica de Sergipe (SOFISE) Maria Olga, as leis que deliberam sobre o plágio ( a copia ou assinatura como uso indevido de uma obra com partes ou totalmente reproduzidas de outra pessoa, alegando ser de sua autoria) são muito recentes e que naturalmente escrever uma melodia como base em uma melodia já consagrada e conhecida era algo comum entre os compositores, inclusive dentre os mais famosos, como uma forma de homenagear tal peça.

Para além da defesa do plágio ou não do Hino sergipano, a professora Olga nos alerta em sua defesa para algo muito mais próximos a nós e que nos cabe maior atenção sobre a importância do tema. Temos um hino sergipano e montões de símbolos que pairam sobre nossa sergipanidade e mesmo com isso não os conhecemos, ou valoramos. Não fomos formados dentro da cultura escolar ou cívica a entender como parte de nossa cultura e um traço de nossas conquistas e valores os símbolos. A professora alega que um dos pontos mais óbvio para que nós sergipanos não saibamos a letra e a melodia do Hino se deva ao fato de a letra ser imensamente longa e que dificulta nossa apreensão em memorizá-lo. Assim também o é como o próprio Hino Nacional, poucos de nós cidadãos brasileiro o sabemos com louvor. Segundo a professora exite um projeto de lei que circula nas câmaras da assembleia estadual para a revisão do texto no sentido de melhorá-lo e de se fazer vivo em memória. 

Recordo um concerto da (ORSSE) no teatro Tobias Barreto em que ao executar o Hino sergipano o Maestro Guilherme Mannis apontou para a plateia como quem desejando que cantássemos juntos a letra do hino, um vexame cívico para nós sergipanos que se quer conseguíamos ultra passar as barreiras do "Alegrai-vos sergipanos"...   E em outro momento a tão bem aplaudida execução de A italiana na Argélia de Rossini executada no mesmo palco pela Orquestra sinfônica da universidade Federal de Sergipe (OSUFS) sob a regência do Maestro Ion Bressan. Dois momentos antagônicos para a execução daquilo  que  muito creditam ser uma única melodia. E para além de qualquer predileção já que gosto em especial das duas músicas, me pergunto até quando em termos culturais vamos insistir em olhar pra fora ou desviar nossas atenções sobre aspectos que em nada nos forma identitários, ao invés de rumarmos para a consolidação de nossa independência sergipana.

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